31 maio 2009

Mais uma taça abençoada

O presidente corrupto bem que pode andar com a cantiga que a agremiação corrupta não é um clube regional, porque a atitude dos seus adeptos, ao assobiar o hino nacional, demonstra bem a gentinha que eles são... e o que representam...

Ao vermos a forma como os jogadores azuis falam (berram, insultam, gesticulam) com o boi de preto, ao vermos a impunidade que têm mesmo cometendo faltas grosseiras como a do porco uruguaio, ao vermos o porco-mor, na tribuna, a esfregar as mãos com mais um troféu de "empurrão", ao lado de toda a escumalha reinante na federação e em outros orgãos de poder desportivo, onde não poderia faltar o nojento do secretário de estado do desporto, eu pergunto-me se faz sentido acreditar num Benfica campeão, seja qual for o presidente, o treinador, os jogadores...

A nossa equipa de futebol foi roubada em pelo menos uma dúzia de pontos ao longo de todo o campeonato, em momentos cruciais, como o jogo em casa com o setúbal, em que podíamos ficar isolados em primeiro, em palermo, onde dominámos e fomos impedidos de ganhar por decreto papal em vigor naquele estádio, daquela cidade nortenha, sempre que o Benfica é uma das equipas em jogo, e contra o guimarães, que nos afastou definitivamente dos corruptos, devido aos olhos na nuca do Miguel Vítor... Na taça, o Nuno Gomes ficou parado mais de 3 segundos dentro da pequena área, o que, como toda a gente sabe, é motivo para invalidar um golo ao Benfica...

Nas diferentes modalidades, as dificuldades não são menores... Que o digam as nossas equipas de Andebol e Hóquei em Patins, proibidas também pelo referido decreto de (ousar) ganhar em terreno inimigo. Parabéns à nossa excelente equipa de Andebol pela excelente época, mas, na negra, a história será igual ao mesmo filme repetido vezes e vezes... E não será por o nosso adversário ter melhor equipa, porque não tem... Apenas o basquet conseguiu impôr duas derrotas copiosas na nova casinha dos corruptos, mas equipas como a nossa de basquet não se formam da noite para o dia... Houve muito trabalho e paciência para aqui chegar... E a equipa deles seria porventura a mais fraca dos últimos anos...

Conclusão: dado o Estado que temos e o estado a que chegamos, será que mesmo com uma grande equipa, um grande treinador, um Rui Costa a corresponder às expectativas dos adeptos e um presidente a sério, será que com tudo isso e ainda mais, nos deixarão ser campeões?!

24 maio 2009

Parvos é que eles não são...

Procurador do Apito Dourado acusa juíza de julgar para absolver

NUNO MIGUEL MAIA
JN

Magistrada que ilibou Pinto da Costa está revoltada com "ofensas" e queixa-se a Pinto Monteiro.

O procurador que representou o Ministério Público (MP) no caso do "envelope", do Apito Dourado, arrasa a juíza de Gaia que absolveu Pinto da Costa, num recurso para o Tribunal da Relação. A visada já fez queixa a Pinto Monteiro.

O uso de expressões como "santa inocência"; críticas por não ter censurado as "mentiras" e a "grande peta" dos arguidos, e perguntas sobre um eventual preconceito da magistrada Catarina Ribeiro de Almeida em relação a Carolina Salgado, que visaria, de antemão, absolver o líder do F. C. Porto, fazem parte dos argumentos adoptados por José Augusto Sá para convencer o Tribunal da Relação do Porto a anular a absolvição do crime de corrupção desportiva decretada no Tribunal de Gaia.

Pinto da Costa, o árbitro Augusto Duarte e o empresário António Araújo também não escapam à ironia do procurador. O dirigente portista chega a ser designado como "Papa" e "engenheiro", numa alusão a escutas telefónicas interceptadas pela PJ a 16 de Abril de 2004, quando aquele árbitro visitou a casa na Madalena, em Gaia. "Se até o primeiro-ministro José Sócrates é engenheiro por que é que o Pinto da Costa também não há-de ser?!", escreveu, em nota de rodapé.

Ao ler o recurso, em especial as expressões que lhe são dirigidas (ver coluna ao lado), a juíza Catarina Ribeiro de Almeida não gostou. E mandou extrair certidões para envio para o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que pode abrir processo-crime, e ao Conselho Superior do MP, para inquérito disciplinar. "As expressões encontradas pelo Senhor Procurador (...) são absolutamente desadequadas e, algumas delas, ofensivas da dignidade profissional da signatária", escreveu.

Os argumentos do recurso magistrado do MP passam, em primeiro lugar, pela interpretação das escutas. Diz ser indiscutível que os arguidos estavam a preparar uma "tramóia" e que o objectivo era subornar o árbitro, apoiando-se em expressões como "gerente de caixa" e "ver uma obra" de noite. "Isto é uma conversa de parvos e atrasados mentais?", questiona.

Depois, José Augusto Sá insiste na expressão "cheirinho", usada depois do jogo, por Pinto da Costa, numa escuta com Pinto de Sousa, defendendo ter sido usada como desabafo por o árbitro ter "beneficiado pouco" o seu clube.

Carolina também é defendida com unhas e dentes, principalmente porque "uma versão contrária é que seria de estranhar", no que toca à entrega de dinheiro. E frisa que, perante juízes - não a PJ -, a ex-namorada de Pinto da Costa manteve sempre a mesma versão.

O procurador insurge-se, também, por, na sua óptica, a juíza ter usado "dois pesos e duas medidas" a avaliar as versões de Carolina e dos arguidos, que justificaram a reunião com um pedido que visava que o pai de Augusto Duarte largasse uma alegada amante. Sobre isto, nada foi referido na sentença. A terminar, o procurador apela aos juízes-desembargadores a pensarem no "prestígio da justiça" e a esquecer a "alma clubista".



Obrigado Quique. Venha o próximo e siga para bingo...

14 maio 2009

O pão nosso de cada dia

Não tenho por hábito ler os jornais desportivos, muito menos de comprá-los. No máximo, acedo ao site deles para ver com antecedência as capas... Para me manter informado sobre o nosso clube, leio a nossa gloriosa blogosfera. Simplesmente porque não faz sentido dar 0,60$ por um pasquim que, além de usar (e abusar) o nosso clube, mais não faz que repetir, ano após ano, a mesma estratégia editorial. Hoje, por acaso, durante o café da tarde, o Diário de Coimbra não estava disponível e entreti as vistas pelo reco-reco. Depois de, a custo, tentar ler a veborreia debitada em duas ou três crónicas, que mais não eram que um reles exercício de malhação no Benfica, desisti. É que nem a malhar os palhaços são coerentes. No mesmo jornal o Benfica é criticado porque sim, porque não e porque talvez...

O que vende é o Benfica, disso não restam dúvidas. Sendo assim, nada melhor que criar verdadeiras novelas acerca do nosso clube, que é disso que o tuga gosta. O pior é que as novelas são de fraca qualidade, tipo mexicanas ou da tvi... Previsíveis e rascas. Mesmo assim, há quem ainda embarque na mesma estória, ano após ano.

Alguém se lembra que houve um clube a sagrar-se campeão no último fim de semana? Não! A quem é que isso interessa? A ninguém, porque o que todos querem saber é qual será o futuro do 3º classificado. E tudo vale para vender. Todos os anos a estratégia é a mesma. Apontam-se dezenas de nomes para o cargo de treinador, fazendo com que o escolhido nunca seja a primeira escolha, enfraquecendo-o logo à partida. Possíveis reforços para o plantel, são às centenas, iludindo os benfiquistas com nomes sonantes impossíveis de adquirir. Quando as estrelas rumam a outras paragens, critica-se a incapacidade da direção em adquirir um jogador que, porventura, nunca terá entrado nas cogitações dos nossos responsáveis...

Por um lado, até se compreende a quantidade industrial de jogadores (quase tantos como os desconhecidos convocados para o nosso(?) escrete...) que diariamente são apontados como prováveis reforços. Não só é uma estratégia que vende jornais e confunde a nação Benfiquista, como serve para valorizar o passe do próprio jogador. É também um trunfo para os nossos rivais que, por vezes, adquirindo jogadores previamente apontados ao Benfica (casos de Edgar, Kaz...), fazem dos atletas verdadeiros troféus de caça. A importância da contratação é apenas provar a suposta capacidade negocial da super-estrutura andrade e a contribuição dos atletas em minutos jogados é substancialmente menor que a do Mantorras. Acabam invariavelmente emprestados aos clubes satélites do Sado, de Coimbra ou outros... e lesionam-se sempre nas jornadas certas... invariavelmente...

Agora descobriram um novo ingrediente para apimentar a novela, a suposta guerra LFV vs Rui Costa. Peço desculpa a todos os que acompanham a novela, mas vou revelar o final... Qualquer treinador contratado será sempre escolha de um dos dois e servirá para antagonizar os dois protagonistas. Pronto, já está. Não me levem a mal, mas é demasiado óbvio.

Tudo isto em ano de eleições. Conseguem imaginar os paineliros a esfregar as mãos de contentamento, ávidos por dar largas à sua imaginação rocambolesca durante o defeso? E com figurantes (mais figurinhas...) como bruno carvalho ou josé veiga prontos a entrar em cena? A novela está para durar, porque a estratégia, ano após ano, resulta e rende muito a muita gente.

11 maio 2009

Tempo de ser benfiquista

Em tempos difíceis, fácil se torna distinguir as águias dos abutres. Estes, na hora da desgraça, levantam a cabeça da lama em que a sua pequenez chafurda e uivam de alegria por finalmente surgir a oportunidade de atingirem o poleiro dourado. Bruno carvalho já há muito tempo tinha surgido a agitar as águas. Segue-se agora o joe, o mesmo que além de dizer que o nosso melhor jogador da última época estava velho, o insultou. Para ele: fuck him! Ou melhor: fuck them!

Era de prever que de entre os pseudo candidatos, surgissem estas duas correntes, digamos, do apocalipse. De um lado, os que projectam um Benfica à porto (onde é que eu já ouvi isto?). Do outro, os que surgirão com a promessa da terra prometida e muitos cifrões. De um lado e de outro aparecerão nomes sonantes de jogadores e treinadores. Será desta que virá o Jardel?

Não é hora de radicalismos. Qualquer passo em falso poderá significar novamente um retrocesso de vários anos a todos os níveis. A nível financeiro e organizacional. Nas camadas jovens. Nas modalidades. Estamos melhores que à dez anos? Estamos. Temos que ser muito melhores? Temos. Mas o caminho não pode ser o do desespero e das promessas fáceis. Não pode ser o quebrar de ciclos para que se lhe sigam novos ciclos, também curtos e sem sucesso. Depois desta época miserável, o melhor será a mudança na continuidade. Desde a revolução do rei artur, que as revoluções só nos enfraquecem...

Deixemo-nos de dramatismos. O treinador pode sair porque outro virá. Os jogadores podem sair que outros virão. O presidente pode sair porque outro lhe seguirá. Só a instituição permanece, sempre a mesma, gloriosa. E o que é, geneticamente e espiritualmente, essa instituição gloriosa? Todos nós. Por isso, é hora de todos nós sermos Benfica. Já eramos Benfica antes de Eusébio, antes das Taças, antes dos estádios. Passamos por tempos muito piores e nunca soçobramos, porque fomos Benfica. É hora de perceber onde se errou. É hora de união. É hora de humildade. Mais do que nunca, é hora de fazer juz ao lema do nosso clube:

E PLURIBUS UNUN

Voltamos dentro de momentos

Por motivos profissionais, não nos tem sido possível actualizar regularmente o blog. (isso e a queima)... (e a depressão que se abateu sobre todos nós nas últimas duas semanas...)... (e as que se adivinham até ao fim do campeonato...)

Fala o RAP:

Portugal lava mais branco

O Benfica não foi feito para lutar pelo terceiro lugar. A BOLA não me paga para escrever evidências (na verdade, paga-me para escrever parvoíces, e eu levo muito a sério os meus contratos), mas pelos vistos tem de ser. Nós não fomos feitos para andar a fazer contas aos resultados do Nacional da Madeira. Por isso, como é evidente, não encontro especial consolo nas declarações de Quique Flores, segundo o qual foram atingidos certos objectivos invisíveis. Na qualidade de benfiquista que não é dotado de visão de raio x, devo dizer que prefiro os objectivos que se podem ver, sobretudo os que têm forma de taça.

Eu sou pela estabilidade, mas não para o treinador. Para o director desportivo, sim: espero que Rui Costa tenha estabilidade para trabalhar muitos anos. De preferência com um treinador que perceba mesmo de futebol. Acho que era giro e inovador. Se tiver de ser um espanhol, o Ernesto Valverde está disponível.

Bruno Carvalho é, até agora, o único candidato à presidência do Benfica. Confesso que gosto de candidatos à presidência do Benfica. Não conheço cargo mais importante, e simpatizo com todos os que acreditam ter capacidade para o desempenhar — e mesmo com os que além disso acreditam que são Napoleão Bonaparte, como Guerra Madaleno. Mas acho um mau sinal que o mandatário da candidatura de Bruno Carvalho seja Petit. O Petit era um jogador à Benfica, e o que fez em campo pelo Glorioso só merece admiração. O problema é que o Petit é do Boavista. No dia 14 de Setembro de 2008, Petit confessou à imprensa que gostaria de voltar para o Boavista «como jogador, como director ou noutra qualquer função.» Volto a citar o Petit: «Quero levantar-me cedo da cama para fazer o que mais gosto e ajudar o clube do meu coração.» Nada disto é censurável: o Petit tem todo o direito a amar o clube que o formou. Mas o mandatário dos candidatos a presidente do Benfica não devia ser um benfiquista?

Pinto da Costa revelou esta semana o segredo do seu sucesso: o Porto é campeão porque ele escolhe os melhores. Os melhores quê?, pergunta o leitor. Pinto da Costa não disse. Mas quem, como nós, tem acompanhado a carreira do presidente do Porto, pode conjecturar. Os melhores lotes de café, talvez, para receber os árbitros em casa com a dignidade que eles merecem. Ou os melhores lugares no avião, para que eles cheguem ao Brasil mais descansados. São hipóteses possíveis, mas em Portugal os limites do possível excedem em muito a fronteira do provável. Em Portugal, é possível um dirigente estar a cumprir pena de suspensão por tentativa de corrupção activa e, simultaneamente, ser apontado pela comunicação social como um modelo irrepreensível de dirigismo competente. É um país em que nada mancha. Portugal lava mais branco que o OMO.

Há tempos dei por mim a pensar que o Brasil é o único país da América do Sul que pode ambicionar ser campeão da Europa: com a quantidade de brasileiros naturalizados nas selecções europeias, em breve haverá uma equipa exclusivamente composta por brasileiro a vencer o Campeonato da Europa. Portugal detém um recorde parecido: é o único país da América Latina que fica no continente europeu.