26 setembro 2009

Pedro Proença, um homem do avesso

A chama imensa
Por ricardo araújo pereira

Se alguma vez eu for, em tribunal, acusado de algum crime por uma testemunha ocular, espero sinceramente que essa testemunha seja o árbitro Pedro Proença. Aquilo que Pedro Proença presencia é sempre o rigoroso oposto daquilo que ele pensa que presenciou – o que é extremamente curioso. As coisas acontecem de pernas para o ar à frente de Pedro Proença. O mundo, que está direito para nós, apresenta-se-lhe do avesso. Repare o leitor: no ano passado, no estádio do Dragão, Yebda não cometeu qualquer falta sobre Lisandro López. Pedro Proença assinalou a respectiva grande penalidade. Na semana passada, Alvaro Pereira cometeu penalty sobre Alan. Pedro Proença, como é evidente, mandou seguir. Ambas as situações foram avaliadas ao contrário, e foi isso que me permitiu detectar aqui um padrão interessante. Só há uma coisa que nunca se inverte: quem está de azul e branco, sai beneficiado; quem está de vermelho, sai prejudicado.

Olagarto e o dragão são dois bichos escamosos que largam gosma. Este é um primeiro ponto. O segundo ponto é este: Pinto da Costa e José Eduardo Bettencourt vão assistir ao FC Porto-Sporting juntos, na tribuna presidencial do estádio do Dragão. Depois de ter assistido ao Nacional-Sporting junto do homem que prometeu ao seu clube o Paulo Assunção e, à última hora, o levou para o FC Porto, Bettencourt prepara-se agora para assistir ao FC Porto-Sporting junto do homem que recebeu o jogador que o seu clube estava quase a contratar. Os sportinguistas, que se saiba, não dizem nada. A única vez que censuraram uma atitude do presidente do Sporting foi quando ele cometeu o gravíssimo delito de dizer que o plantel do Benfica era bom. Mas hoje, Bettencourt terá, enquanto estiver sentado ao lado do dirigente que está a cumprir pena de suspensão de dois anos por tentativa de corrupção, a admiração dos sócios do Sporting. A menos que elogie o Benfica, claro.

O FC Porto-Sporting de hoje é, não me custa reconhecê-lo, um duelo de titãs. A equipa à qual foi perdoado o penalty de Alvaro Pereira sobre Alan, em Braga, defronta a equipa à qual foi perdoado um penalty de Miguel Veloso sobre Toy, em Alvalade, e a favor da qual se marcou um penalty inexistente. Prevejo, portanto, um jogo com muito futebol por alto. Quando duas equipas estão a ser levadas ao colo, não faz sentido jogar a bola pela relva. Ao colo do árbitro, os jogadores têm alguma dificuldade de chegar com os pés ao chão.

Roubo, escândalo, vergonha... orgulho!

Tinha imposto a mim mesmo um interregno no blog, para sorver melhor esta onda avassaladora que o Benfica criou esta época. Declarado como morto à nascença por muitos, este novo ciclo no Benfica só nos tem dado alegrias. Os resultados desportivos, não só no futebol, enchem-nos de orgulho. Mas há muito que me venho mentalizando para os espinhos da caminhada até à glória. Mais cedo ou mais tarde, o Benfica terá de ser parado por qualquer meio, nem que seja pelo sistemático sistema de nos prejudicar intencionalmente e despudoradamente.

Sabemos e bem que o sistema é transversal a todas as modalidades. Hoje tivemos mais uma prova, com o que acabou de se passar na supertaça de Hóquei em Patins. Não me vou alongar muito a descrever os lances, porque me enoja recordar aqueles momentos finais do jogo e as imagens falam por si. Perdemos, mas perdemos de pé. Com suor e lágrimas, mas de cabeça erguida, imaculados de toda a nojeira que inunda o desporto nacional. O que aqueles dois bois com apito hoje fizeram, só tem um nome: ROUBO! Menos que isso é um eufemismo... O Benfica tem que tomar uma posição relativamente ao que hoje se passou naquele pavilhão e ponderar seriamente o projecto do clube nesta modalidade.

Um grande abraço Benfiquista a toda a equipa, em especial ao nosso Guarda-redes, que foi um gigante.