27 junho 2009

Jogo Sujo

Fernando Mendes assume doping no livro "Jogo Sujo"
ANTIGO INTERNACIONAL REVELA PORMENORES DESCONHECIDOS

O antigo internacional português Fernando Mendes, de 42 anos, encetou uma carreira na escrita e lançou o livro "Jogo Sujo" (Livros De Hoje ), onde mantêm o estilo irreverente que o caracterizou ao longo da carreira, que contou com passagens por Sporting, Benfica e FC Porto. Especialmente quando trata do assunto doping, assegurando que era prática comum na altura em que era profissional de futebol.

Confira algumas das partes mais "quentes" da nova obra de Fernando Mendes:

"Em determinado período da minha carreira cheguei a um clube que tinha uma grande equipa, um belíssimo treinador e um presidente carismático. Para além destas qualidades, existiram outros ingredientes que facilitaram o nosso percurso vitorioso. Devo dizer que antes de ir para este clube nunca tinha tido qualquer experiência com doping (pelo menos conscientemente)"

"No meu tempo, o doping era tomado de duas formas: através de injecção ou por recurso a comprimido. Podia ser antes do jogo, no intervalo, ou com a partida a decorrer, no caso daqueles que saíam do banco (...) A injecção tinha efeito imediato, enquanto os comprimidos precisavam de ser tomados cerca de uma hora antes do jogo"

"Os incentivos para correr eram sempre apresentados pelo massagista. Passado pouco tempo de estar no clube, ele aproximou-se de mim, e de outros novos jogadores (...) Disse-me claramente que aquilo que ia dar-me era doping, embora nunca tivesse falado de eventuais efeitos secundários. (...) Com o passar do tempo assumi os riscos e tomei doping de todas as vezes que me foi dado. (...) Nunca vi um único colega insurgir-se perante essa situação"

"Em alguns clubes onde joguei tomei Pervitin, Centramina, Ozotine, cafeína, entre muitas outras coisas das quais nunca soube o nome"

"Se um jogo fosse ao domingo, o nosso médico sabia na sexta ou no sábado quais as partidas que iriam estar sob a tutela do controlo antidoping. Mal tinha acesso à informação, avisava todo o plantel e o dia de jogo acabava por ser directamente influenciado por essa dica"

"Em determinada temporada (...) sou convocado para um encontro particular da Selecção Nacional. (...) Faço uma primeira parte fantástica, mas ao intervalo começo a sentir-me cansado e tenho medo de não aguentar o ritmo (...) O jogo realiza-se num estádio português (...) Estão lá um médico e um massagista de um clube onde jogo (...) No intervalo, peço a esse médico para me dar uma das suas injecções de doping. Saio do balneário da Selecção, sem que ninguém se aperceba, e entro numa salinha ao lado. É aí que me dão a injecção pedida por mim. Volto a frisar que ninguém da Selecção se apercebeu"

"Cada jogador tomava uma dose personalizada, mediante o seu peso, condição física ou última vez que tinha ingerido a substância (...) Porém, nos jogos importantes era sempre certo (...) Quando se sabia que não iria haver controlo antidoping, nunca falhava"

"Lembro-me de um jogo das competições europeias contra uma equipa que tinha três campeões do mundo no seu plantel. Um deles era um poderoso avançado no jogo aéreo. (...) Apanhei-o várias vezes no meu terreno de acção. Ele era um armário, com um tremendo poder de impulsão. Mas nesse dia eu saltei que nem um louco e ganhei-lhe quase todas as bolas de cabeça (...) O meu segredo: uma pequena vacina, do tamanho de meia unha, chamada Pervitin"

"Em certos treinos víamos um ou dois juniores que apareciam para treinar connosco. Esses juniores não estavam ali porque eram muito bons ou porque tinham de ganhar experiência. Estavam ali para servirem de cobaias a novas dosagens. Um elemento do corpo clínico dava cápsulas ou injecções com composições ilegais a miúdos dos juniores (...) Diziam-lhes que eram vitaminas e que a urina era para controlo interno"

Data: Sábado, 27 Junho de 2009 - 20:48
in Record

22 junho 2009

Problemas de de(o)ntologia

A chama imensa

Pouco siso, muito riso

Por ricardo araújo pereira

QUANDO se tem estrutura, organização e contactos próximos com os grandes clubes europeus, tudo fica mais fácil: o Porto, que já era recordista em vendas, consegue agora ser igualmente recordista em não-vendas. Também prestigia. No entanto, e apesar de meritória pelo carácter histórico de que se reveste, a não-venda de Cissokho ao Milan não pode deixar de causar estranheza: Cissokho falhou a ida para o Milan devido a um problema nos dentes. Há uns anos constou que Pinto da Costa tinha bastante talento para transaccionar marfim, apesar da alegada apreensão de uma remessa de dentes de elefante pela alfândega do Porto. Ninguém esperava, por isso, que fosse precisamente o marfim a entravar agora o negócio com o Milan.

Num clube com uma gestão altamente profissionalizada, acontece isto: o clube adquire o passe de um lateral-esquerdo barato, valoriza-o, vende-o por 15 milhões e, entretanto, adquire o passe de outro lateral-esquerdo por 5 milhões, para assegurar o futuro. No Porto, é parecido: primeiro, um dos laboratórios médicos mais conceituados de um dos maiores clubes do mundo proporciona um episódio que oscila entre o humilhante e o patético, e depois o clube dá por si com dois jogadores caros para a mesma posição (um custou cinco milhões de euros e o outro, durante 10 minutos, chegou a valer 15 milhões). O problema é que, na verdade, nos tempos que correm só faz sentido gastar cinco milhões num lateral-esquerdo se se conseguiu vender o outro por 15 milhões. Quase conseguir não conta. Agora, há que decidir: ou o titular é o recém-contratado lateral, que foi muito mais caro, e o outro fica a ganhar bicho (e cárie) no banco; ou joga o que, hipoteticamente, se não fosse a placa bacteriana, poderia, talvez, segundo dizem, valer 15 milhões, e gastou-se cinco milhões num suplente. Cruel dilema.

NÃO quero fazer a rábula do cristão-novo mas depois de, na semana passada, ter dito que não tinha fé em Jesus, a seguir à conferência de imprensa da apresentação, julgo que comecei a ver a luz. Jorge Jesus é, e digo isto no melhor sentido, uma espécie de José Mourinho da Brandoa: é fanfarrão, desafiador e empolgante, como Mourinho, mas com linguajar da Reboleira. Apresenta-se aos jornalistas com o enfado próprio de quem preferia estar a delinear tácticas intrincadas e a conceber treinos complexos, mas tem de estar a explicar a gente razoavelmente ignorante o que é um preparador físico — o que o obriga a chamar preparador físico ao preparador físico, só para que os jornalistas ignaros, embora através de uma designação deficiente, possam perceber de que é que ele está a falar. Confesso que gostei. Sou mesmo fácil…



------------------------------------------------------------------------------------



Três coelhos e uma cajadada

Por vítor serpa

ESTARIA o Benfica a ser alvo de uma OPA bem pouco convencional?

A questão toma forma a partir da tese da construção de um meganegócio que poderia passar pela compra da TVI por parte de dois fortes grupos financeiros, ambos com altos interesses na área da comunicação e, ambos, a suspirarem pela entrada nos domínios de uma televisão.

A ser assim, três coelhos de um cajadada: a Prisa (tal como ontem referia o jornal Expresso) não só se via livre de continuar a prestar contas a José Luis Zapatero e a José Sócrates desse incómodo de manter inalterada a forte liderança de José Eduardo Moniz, como ainda ajudava a resolver uma situação financeira interna muito difícil; os dois grupos empresariais portugueses atingiriam o seu objectivo de partilharem uma televisão muito apetecida, garantindo um começo prometedor com o negócio da renovação do contrato dos direitos televisivos do Benfica com a Olivedesportos; por fim, José Eduardo Moniz poderia juntar o indesmentível prazer de ser presidente do Benfica ao dever de lealdade com o canal de televisão em que reforçou a sua imagem profissional de sucesso.

Segunda questão, não menos importante: teria Luís Filipe Vieira conhecido a essência do complexo golpe empresarial ainda num tempo em que, supostamente, tudo deveria ser um segredo bem guardado? Para já, ninguém confirma nem desmente, mas, a ser verdade, então o golpe estatutário transformar-se-ia, como que por encanto, num golpe de génio.

17 junho 2009

A oposição e os opositores

Bruno Carvalho? Nem pensar. Cavalo de Tróia descarado da escumalha azul e branca. O seu currículo como director da PortoTV, mostrou todo o seu ressabiamento, indicando claramente qual o seu lado da barricada, inclusivé contratando a Filó-leva-na-tromba. Diz que quer Rui Costa na sua equipa, mas não aceita o treinador que o Rui Costa contratou. Diz que demite um treinador contratado há um mês, com dois anos de contracto, o que obrigaria a pagar a respectiva indemnização. E contrataria o treinador do setúbal, pagando a respectiva indemnização ao clube sadino. Que grande jogada, ó Bruno! ... O projecto de Bruno Carvalho assenta basicamente num princípio, que ele se apressou a enunciar, após o anúncio das suas pretensões quanto à presidência do Benfica: um Benfica à porto... Isto mete-me nojo! Mesmo condescendendo que algumas das suas ideias possam ser boas, a premissa com que ele parte para este projecto deita por terra todas as suas aspirações. Esse erro levá-lo-á à derrota.

E isto leva-nos para a outra lista, onde entre outras figuras da nossa história, surgiu Damásio. O grande obreiro da destruição do Benfica ganhador, que tal como o papagaio do norte, surgiu entre nós com a cantiga do Benfica à porto. Até camisolas azuis tivémos... Claro que o movimento não se resume a uma ou outra figura, mas quando a esta se juntam outras figurinhas... como José Eduardo Moniz... Pois é, as receitas da BenficaTv são muito apetecíveis... Aparte esta hipótese Moniz, que espero ser um devaneio jornalístico, o movimento assemelha-se a uma amálgama de opositores a Vieira, uns certamente com a melhor das intenções, por amor ao clube e com sentido de responsabilidade. O problema são os outros, que se colaram a este movimento de oposição apenas por ressabiamento e frustração por o seu tempo no Benfica já ter passado. A ausência de um líder e o percurso passado, por vezes antagónico, de todos eles, aliás, é a prova de que este movimento é um conjuncto de pessoas unidas contra o actual presidente, mas muito divergentes quanto às orientações, o rumo e a estratégia de um projecto futuro. Juntos fazem barulho, mas são desafinados... Esse erro, leva-los-á à derrota.

A Jesus, toda a sorte deste mundo! Da minha parte receberá o mesmo apoio incondicional que todos os treinadores do Glorioso merecem!

12 junho 2009

Eagle one - papagaios zero

Torna-se ridícula a barulheira histérica dos últimos dias em torno do Benfica... Em primeiro lugar, as eleições. Houve quem defendesse à algum tempo a realização de eleições antecipadas, argumentando que não faria sentido a sua realização depois do arranque da época. Anteciparam-se eleições e caiu o carmo e a trindade. Os pseudo-candidatos, asseguram que não têm tempo para organizar as listas, os programas e as campanhas. Então, como teriam com eleições antecipadas à um mês atrás?! Se neste momento, após tantos meses de campanha negra e desestabilização, não estão preparados, por que motivo queriam eles as eleições no início deste mês?! Seria preferível mudar de dirigentes, estrutura, treinador? e equipa? a meio de Outubro? Como é que o Benfica saíria a ganhar nessa situação?! Tivessem eles um programa sério, honesto e organizado e não seria esta antecipa~ção que os afectaria. Assim, lá virá o choradinho...

Pelos vistos, a montanha pariu um rato. De tantos papagaios falantes, não parece haver ninguém com interesse em ser comandante da nau. Claro. O discurso do bota-abaixo é muito mais fácil do que assumir responsabilidades. Como disse o Rui Costa, só não erra quem não tem que decidir, portanto estar de fora a dizer que o caminho tomado não é o melhor, é muito fácil, ainda para mais quando se foge assim que se tem que escolher o caminho.

Para os mérdia tudo isto lhes é benéfico. O Benfica vende bem e neste estado de coisas vende ainda melhor. Como tal, ao chorrilho de futuros jogadores, juntam-se novelas muito mal elaboradas, como a zanga entre o Rui e o Presidente... Foi assim que se arrumou e enxovalhou o Veiga... Mas para isto muito contribui a ingenuidade dos Benfiquistas. E a falta de nível de muitos outros... nestes últimos dias vi de tudo na nossa imensa blogosfera. E reparei que o actual Benfica padece de uma maleita muito grave. Pelos vistos, foi assolado por uma intoxicação etílica: o presidente é bêbado, o João Alves é bêbado, até o Eusébio é bêbado! Com adeptos destes, os nossos inimigos podem estar descansados. Longe vai o tempo em que os ataques de fora nos abalavam. Neste momento, a podridão vem de dentro de nós.

A 3 de julho veremos onde páram os notáveis. Até 3 de julho, veremos quais são os programas e a alternativa dos papagaios.

04 junho 2009

super

Mais uma vez, a super-estrutura roubou um jogador que já tinha sido dado como nosso, pela comunicação social, há algumas semanas. Antes de mais quero:

1- assinalar a frequência com que o verbo roubar anda amiúde de mãos dadas com a super-estrutura

2- registar a felicidade e regozijo dos seus adeptos com tal acto


Posto isto, mais uma vez, um jogador dado como certo no Benfica, acaba indo para o rival. Será que ele estava assim tão certo no nosso clube? Parece-me que, mais uma vez, as fontes não eram assim tão seguras... Além disso, estava tão certo, que ao mesmo tempo que estava a ser desviado, outro já estava a caminho...

Não sei se o destino deste uruguaio será o mesmo de outros como Mário Silva, Kaz ou Edgar, mas quer-me parecer que o departamento de prospeção dos corruptos, ao invés de se situar na torre das antas, se encontra para os lados da Luz...

O Benfica não pode dar 5M por um defesa-esquerdo, ainda para mais com o prejuízo que registou no último ano e sem se qualificar para a Champions. Se os outros (que mesmo sendo a 6ª equipa que mais facturou na última Champions, apresentam um déficit de 9M num semestre) podem, é problema deles... Veremos até quando é que eles vão poder fazer destes negócios http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=166254 ...

Para finalizar, não podia deixar no esquecimento a final de ontem. Aqueles rapazes são Benfica. E isso para mim vale mais que qualquer título. Obrigado pelo sangue, suor e lágrimas!