17 outubro 2010

Carlos Moia

Ser do FC Porto era ser o que o FC Porto era: um clube a fechar-se dentro de uma região, a olhar todo o resto de Portugal como um espaço de inimigos em delírio, de mouros a abater. O Benfica dava-me a imagem oposta: a ilusão de um universo sem limites

Naquele tempo, ser Benfica era escolher simbolicamente a liberdade. Enquanto os nossos adversários tinham a dirigi-los homens da Legião, deputados da União Nacional, magnatas e burocratas enfeudados no salazarismo, nós, no Benfica, tínhamos presidentes que tinham sido operários e sindicalistas, que tinham sido deportados e perseguidos pela PIDE, que não se resignavam à ditadura, antes pelo contrário

Não, o Benfica nunca foi o clube do regime, foi sempre o clube que o regime teve de suportar a contragosto e de que, depois, se apoderou para, na sua propaganda, lhe parasitar a glória.

Acusaram-nos de sermos ridículos por ameaçarmos não jogar no Dragão se não nos derem condições de segurança. Ridículos? Só assim, levando essa nossa luta para além dos 3 pontos que estão em jogo, poderemos ganhar o que é preciso ganhar: a batalha por um futebol mais respirável, menos subterrâneo. Onde a viagem a um estádio não se transforme na vertigem de uma intifada com meia dúzia de aprendizes de talibãs escondidos a rirem-se dos vidros partidos, dos desaforos, dos insultos, do sangue talvez.

Crónica de António-Pedro

Perante o silêncio cúmplice com que a Direcção do SCP e a maioria dos comentadores afectos ao clube de Alvalade acompanharam, nestes últimos anos, os castigos do processo do Apito Final e as absolvições do Apito Dourado, muitas vezes me tenho perguntado: será que já não há sportinguistas decentes, que não confundem o RIVAL com o INIMIGO?

Nestes últimos anos, depois de Dias da Cunha ter denunciado o SISTEMA e ter chamado os bois pelos nomes, a cumplicidade com o FCP por parte das direcções que se lhe seguiram (Filipe Soares Franco e, agora, Bettencourt) foi demasiado evidente: o inimigo era o Benfica e tudo o que servisse para atacar o Glorioso era bem-vindo, nem que para isso tivessem que pactuar com a batota e associar-se ao clube cujo presidente se gaba de ter deixado Bettencourt de mão estendida e lhes levou o Ruben Micael, o Moutinho e mesmo o treinador que eles julgavam que iam exibir este ano como um D. Sebastião: o Villas-Boas. E tudo o Porto levou!

A cumplicidade era tão grande que houve quem julgasse que a sigla SCP queria dizer Sporting Clube do Porto! Até ao ano passado, o SCP calou-se: não comentou os escandalosos resultados do Processo, não falou das escutas, pactuou com arbitragens indecentes, porque teve o segundo lugar garantido, e porque alguns sportinguistas sem brilho nem brio preferiam um segundo lugar várias vezes do que um primeiro de vez em quando! Desde que o Benfica ficasse atrás!

Esta cegueira e esta obsessão reduziram o nosso grande rival a um clube de bairro, mergulhado numa crise de onde não se vê como vão sair, condenado a disputar um lugar na Europa ao Braga, ao Vitória de Guimarães ou ao Marítimo.

Mas, desde o ano passado, a coisa ganhou foros de delírio. Perante a evidência de um futebol brilhante, um treinador vitorioso e uma equipa confiante e ganhadora, que passeava a sua superioridade e sua classe pelos relvados, e que, sem batota, teria deixado os outros clubes muitos pontos atrás, era preciso arrasar o RIVAL, apoiando a vergonhosa campanha do FCP, matraqueada todos os dias com mentiras repetidas sobre os túneis e o andor, e que, à falta de argumentos, ressuscitava a indecorosa campanha contra o Calabote e reeditava a caluniosa campanha do “Clube do Regime”!

Nos tempos da Guerra Fria, os comunistas chamavam, com desprezo, aos que os apoiavam sem pedir nada em troca os “Idiotas úteis”.

E, desde o ano passado, houve comentadores que se prestaram miseravelmente a essa vassalagem. Ora, de há umas semanas para cá, quiçá por efeito da divulgação das novas escutas, houve alguns sportinguistas que acordaram e devolveram a decência à instituição: foi o caso do Jorge Gabriel, do Daniel Oliveira, do Alfredo Barroso e do José Diogo Quintela, que assinaram nos jornais e proclamaram na rádio que as escutas os indignavam e que, ao contrário do que outros vendem, a equipa do Sporting também foi prejudicada por arbitragens viciadas que a afastaram do título em épocas recentes. Aleluia!

É tempo de os sportinguistas, mesmo que a sua Direcção se cale, perceberem que só poderão voltar a ser um grande clube quando a VERDADE DESPORTIVA voltar ao futebol, e isso implica aliar-se ao Benfica na luta pela independência dos órgãos que irão superintender à Arbitragem e à Disciplina e à decência dos seus membros, na próxima estrutura da Federação!

Sem isso, os nossos clubes vão continuar a ter que redobrar o esforço desportivo e financeiro para ganhar no campo contra todas as forças que, dentro e fora dele (a violência à volta dos estádios, os corredores do poder, os túneis, o apito e as bandeirinhas) fazem todos os possíveis para incendiar Lisboa e manter o poder no Norte.

ACORDEM LEÕES! OU SERÁ QUE ACHAM QUE, PARA ELES, VOCÊS NÃO SÃO MOUROS?!

16 outubro 2010

O ridículo

"Não há lamentação possível porque aquela era a minha convicção e certeza, que só mudou depois da confirmação de várias pessoas, e da minha, sobre as imagens. Para mim era óbvio e foi uma pura ilusão de ótica que passou por todos nós", assumiu, não deixando de acusar as "pessoas que à 5.ª jornada deram determinados lances como adquiridos e que não vieram depois fazer nenhum 'mea culpa'."

Mas que mea culpa? Nem mea, nem meia... Apenas se limitou a constatar o óbvio, porque mais ridículo que a figura que fez no final do jogo (e durante, como vem sendo hábito), seria continuar a afirmar que houve algum penalty na área do Guimarães. Continuo à espera que um dia apareça na sala de conferência de imprensa do clube corrupto, um jornalista que tenha pelo menos lido o seu código deontológico, e faça as perguntas que se impôem: o penalty na área da sua equipa, acha que é penalty? O Fucile, não deveria ter sido expulso ainda na primeira parte, por duas vezes? Perante isto, continua a afirmar que foi prejudicado?!

Deve ser a resposta a estas questões que a amostra de Pedroto está à espera de serem dadas por Vítor Pereira...

O rídiculo continua a ridicularidade ao classificar o repto da direcção do glorioso de "ridícula". Não sei se o ridículo consegue dormir de tanto pensar no Benfica, nem se já viu alguma vigília pela "verdade desportiva", por parte de corruptos...

Por estas e por (muitas) outras, é que a decisão de pedir bilhetes para os adeptos do Benfica se deslocarem àquele antro, faz todo o sentido. Nem percebo o porquê de não se entender isto... Se este repto foi tomado de modo a consciencializar os clubes pela necessidade de lutar pela verdade desportiva, e se esta agremiação nunca irá lutar por tal... não faz sentido tentar moralizar quem já vendeu a moral há muito...


p.s.- A vender passes de jogadores comprados há 3 meses a fundos (onde é que eu já vi isto, e foi tão criticado, e tantas dúvidas quanto à legalidade levantou?...) desconhecidos, por um valor igual ou menor que o investido?! Pois é, mais uma prova que dois ou três anos sem Champions e o balão estoura...

13 outubro 2010

AhahahaHahAhahHAHaHha

CA e árbitros dão razão a portistas em causa lances de Guimarães

O V. Guimarães-FC Porto já foi alvo de análise entre a Comissão de Arbitragem (CA) da Liga e os árbitros e assistentes, na 2.ª Ação de Avaliação e Aperfeiçoamento, realizada no sábado, no Luso.

Da partida de Guimarães foram “discutidos” os lances de fora-de-jogo assinalados aos portistas Varela e Falcão, que depois de observados foram considerados mal marcados.

Após a uma vasta análise das jornadas (incluiu já a ronda 7), a CA reforçou algumas diretrizes a árbitros. Assim, estes devem ter maior firmeza na prática de jogo violento, expulsando os culpados. Por outro lado, o tempo útil de jogo deve aumentar e existe a necessidade de maior rigor na área técnica. Quanto aos assistentes, devem deixar seguir o jogo, em caso de dúvida de fora-de-jogo e posicionarem-se em linha com o penúltimo defensor.

in Rascord



Então e sobre o penalty contra os corruptos, nem uma palavrinha? E sobre os dois amarelos (e consequente vermelho) perdoados ao Fucile, nada?!

E assim se transforma uma arbitragem que foi largamente benevolente e beneficiadora dos corruptos, numa arbitragem que lhes foi prejudicial!

O ano passado quiseram transformar os agressores em vítimas. Este ano, beneficiados jogo sim, jogo sim, querem passar a imagem de mártires...

É só rir com a hipocrisia e desfaçatez desta gente...

12 outubro 2010

Gato alheio de garras afiadas

"TITANIC" NO BIDÉ

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"No Trio d'Ataque de terça-feira, depois da saída de Rui Moreira (que fez lembrar a fuga do árbitro Paulo Baptista das Antas, quando Pinto da Costa lhe quis oferecer «jantar»), Rui Oliveira e Costa (ROC) disse que as escutas são uma forma de tortura. Disse também que não as discutia porque, cito, «não lavo a cara no
bidé», o que faz dele um dos mais completos comentadores desportivos de país: não só perora sobre futebol como, ao mesmo tempo, fornece informações sobre os seus hábitos de higiene. Gosto disso e vou copiar o modelo.
Eu (que não uso canetas Bic para limpar a cera dos ouvidos) também acho que as escutas são uma tortura. Mas para quem as ouve. Perceber que aquelas conversas foram descaradamente ignoradas pelo tribunal é um suplício para mim, (que não palito os dentes com a chave).

Debruço-me apenas sobre alguns segundos destas novas escutas, quando António Araújo fala com um funcionário do FCP e pergunta quem serão os bandeirinhas de Paraty no Gil Vicente-Sporting. Como depois não se aflora mais esse assunto, fui averiguar. Encontrei esta noticia no DN de 7 de Setembro de 2006:
«O Sporting foi outra das equipas que terão sido prejudicadas pelas arbitragens, na época 2003/04(...). No processo Apito Dourado há uma referência ao jogo Gil Vicente-Sporting(a 22 de Fevereiro de 2004), em que se descrevem movimentações antes da partida.(...)
O jogo foi arbitrado por Paulo Paraty e a Policia Judiciária interceptou, dias antes da partida, contactos entre o empresário António Araújo, que mantém negócios com o FC Porto, e um dos auxiliares que fazia equipa com o árbitro do Porto, Devesa Neto. 'Eu depois de amanhã ligo-lhe, que eu precisava de, eu precisava de falar com o Paulo(...) que preciso de lhe dar uma palavrinha, está bem?', disse Araújo a Devesa Neto. Neste mesmo dia, Paraty fala com Devesa Neto ao telefone e, pela conversa, o outro árbitro assistente do jogo, Serafim Nogueira, «iria beneficiar o Gil Vicente e um terceiro clube, o FC Porto», segundo refere o Ministério Público de Gondomar no despacho de arquivamento.
'O Serafim vai vacinado, vai benzido(...) vai benzido pelo lado norte. Bruxo. Vai benzido por dois lados até (...) pelo Minho e pelo norte'. Foi esta troca de palavras entre os dois que levantou suspeitas. Até porque na mesma conversa, Devesa Neto disse: 'Ele também nunca pode fazer muito, o jogo dá na televisão, perceber?'


O jogo acabou empatado (1-1) e o MP afirma que, com este resultado, o Sporting perdeu dois pontos e atrasou-se na luta pelo titulo. No relatório da peritagem ao jogo, são elencados vários lances em que ficaram por punir faltas ao Gil Vicente que poderiam resultar na 'possibilidade do Sporting marcar golo'.»
Apesar do jogo ter dado na TV, o Serafim até fez muito: o Gil Vicente marca o golo num penalty inventado. Lembro que isto se passou na mesma época em que António Araújo, o torturado, ofereceu fruta a Jacinto Paixão a mando de Pinto da Costa; a mesma época em que António Araújo, o mártir, combina a ida do árbitro Augusto Duarte a casa de Pinto da Costa; a mesma época em que António Araújo, o flagelado, diz ao presidente do Nacional que há que «trabalhar» o árbitro, ao que este responde «toca a andar». E parece que andou mesmo.
Portanto, nessa época, quando este empresário se conluia com o bandeirinha dum jogo em que o Sporting viria a ser prejudicado, há comentadores sportinguistas que acham que ele é que é a vítima. É uma espécie de síndroma de Estocolmo, se Estocolmo fosse na Avenida Fernão de Magalhães, no Porto.
ROC diz que as escutas são tortura. Tortura é escutar ROC, que é capaz de passar uma hora a discutir se o árbitro errou ou não, e dizer que não se pronuncia quando se descobre a razão pela qual o árbitro errou. Ainda por cima sabendo que, à conta da trafulhice dessa época de 2003/04, fomos afastados da classificação favorita de ROC, o 2ºlugar. E também da minha, o 1ºlugar. Mas isso sou eu, que não me assoo à fralda da camisa.

No editorial em que responde aos comunicados do Sporting, Alexandre Pais (AP) diz que «Record reage assim com superioridade moral e distância aos recentes comunicados». Normalmente, sabe-se que alguém se guinda a uma posição de superioridade moral pelo tom que usa, pela forma como diz as coisas. Mas em AP a superioridade moral é dupla: não só é intuída, como o próprio assegura que a possui. É uma superioridade moral moralmente superior. Com esta sobranceria redundante, AP elevou a santimónia a um novo patamar. É um moralista num escadote.

Não me surpreende. Em Setembro de 2006, (quando surgiram notícias como a do DN aqui citada), respondi a um inquérito do Record. À pergunta «o que gostaria de ler amanhã no Record?», respondi «uma noticia qualquer sobre escutas e corrupção, que não seja primeiro dada nos jornais generalistas.» Passados uns dias AP escreveu: «José Diogo Quintela disse, nestas colunas, que gostaria de ler amanhã no Record 'uma noticia qualquer sobre escutas e corrupção que não seja primeira dada nos jornais generalistas'. Trata-se de um desejo difícil de concretizar, pois quando o futebol perder de todo a credibilidade - traído por aqueles a quem dá de comer - aos generalistas não faltarão outros temas para exibir barba rija. Mas, morto o futebol, o Record perderá a razão de existir. Que mexam no lixo que os tribunais largaram. Nós pertencemos a um circo que vive de emoções - de golos e de erros, títulos e de frustrações. E não temos vergonha disso.»
Assim fiz. Continuei a mexer no lixo do Apito Dourado, enquanto AP continuou a pertencer aos «circo que vive de emoções», não traindo quem lhe «dá de comer». Sem vergonha, como o próprio admite, Mas com estupenda superioridade moral, claro."

Aqui há gato

Recentemente, até os mais renitentes adeptos do FC Porto começaram a ter razões para acreditar que o futebol português é um caso de polícia. Na segunda à noite, foi uma grande penalidade que não apareceu. Na terça à noite, foi um comentador que desapareceu. Do ponto de vista dos protagonistas, o descontrolo emocional adquiriu diferentes contornos: enquanto André Villas-Boas queria falar de uma coisa que não aconteceu (costuma-se dizer, e agora confirma-se, que os mais novos têm muita imaginação), Rui Moreira recusava-se a falar de uma coisa que aconteceu.

Em termos comparativos, o pungente pedido do técnico do FC Porto à TVI é mais maquiavélico. Procurar um penálti não assinalado contra o FC Porto é uma tarefa para a qual basta um estagiário. Já mandar um estagiário procurar um penálti não assinalado a favor do FC Porto não é uma tarefa, é uma praxe: é a caça ao gambozino dos tempos modernos.

Seja como for, Rui Moreira venceu André Villas-Boas no capítulo da ambivalência. Por um lado, é contra a prática pidesca das escutas; por outro, é a favor da prática pidesca de tentar condicionar os assuntos sobre os quais os outros querem falar. Mas desdramatizemos: sem Rui Moreira, “Trio D’Ataque” melhorou substancialmente. Se Rui Oliveira e Costa também tivesse abandonado o estúdio, aí então teria sido um programa genial. Mas compreendo que tenha que ficar alguém para defender o ponto de vista do FC Porto. E não só: Rui Oliveira e Costa representa também no programa um terceiro grupo, o dos portugueses sem qualquer tipo de escolaridade: quando, por exemplo, se dirige ao moderador para lhe dizer “explicitastes claramente” e “fostes exemplar”. Enfim, as coisas são o que são. Uma laranjeira não dá nêsperas.

in rascord

RAP dá KO

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Carta aos verdadeiros Benfiquistas

«Quando o Presidente do Clube escreve a todos os Sócios isso significa que considera o momento tão importante que justifica um contacto mais próximo com aqueles que, verdadeiramente, se interessam pela vida, pela imagem e pelo futuro do nosso Benfica.

A delicadeza da situação impõe que se fale com clareza, sem que a verdade das palavras possa ser interpretada como justificação para uma época que não começou como todos desejaríamos, ou desculpa para culpas próprias que possam ter influenciado resultados abaixo das expectativas de um bom começo de época, que eram inteiramente legítimas tendo em conta o valor dos nossos profissionais.

A vitória no campeonato da época passada, as excelentes exibições e a valia da equipa causaram preocupação a muita gente. Acreditávamos que começavam a ser criadas condições para o regresso a um clima de boas práticas, em que os resultados desportivos fossem o espelho do valor das equipas e do desempenho no terreno de jogo. Mas, o que se passou neste início de campeonato faz-nos temer - ao contrário - que o futebol português esteja, de novo, a ser armadilhado por jogadas de bastidores.

Lamentavelmente, já se registaram atropelos demasiado graves e abusos demasiado evidentes para que possam passar sem uma reacção enérgica. O director desportivo, o treinador e eu próprio denunciámos o embuste que está a atraiçoar a prática desportiva e voltaremos a fazê-lo tantas vezes quantas as necessárias para que a mentira não seja a regra do nosso futebol e para que os seus autores e aliados sejam desmascarados. Porque é de mentiras que estamos a falar!

O prestígio do Benfica é um valor demasiado sério para que alguém se atreva a brincar com o interesse da instituição. O nosso protesto foi o adequado às circunstâncias e o convite que fizemos aos nossos adeptos, para não comparecerem nos estádios dos nossos adversários, é a medida justa para que sejam todos, e não apenas o Benfica, a reagir para pôr fim a uma situação insustentável. Movem-nos razões de legítima defesa.

Compete aos sócios e adeptos ajudar esta Direcção a lutar pela verdade e pela transparência no futebol português. Comparecer aos jogos fora significa pactuar com o actual estado do futebol português!

Os dirigentes, a equipa técnica e os atletas não vacilam na vontade de contribuir para que a verdade desportiva prevaleça. Estamos determinados a fazer tudo o que seja necessário para que o clube não seja mais prejudicado. Acima de tudo, exigimos respeito!

Os meus votos são os de que este assunto não me obrigue a voltar a contactar os Sócios do clube, mas não hesitarei em fazê-lo caso não se ponha um ponto final na sucessão de atropelos a que temos vindo a assistir.»

O Presidente




p.s.- há quem veja neste pedido, reforço a palavra pedido, qualquer tipo de coação aos benfiquistas. Longe disso, trata-se de um pedido e muito bem fundamentado, por quase três décadas de testemunhos. Por aqui não há o hábito de atirar às rótulas ou "servir o jantar"...

07 outubro 2010

Pergunta pertinente

"Como é possível o FC Porto-V. Guimarães e o Sporting-Beira-Mar terem sido realizados na segunda-feira quando temos um jogo tão importante na sexta-feira?

Só em Portugal é que isto acontece. Não há nenhum país que tenha jogado na segunda-feira com um jogo da selecção à sexta-feira. Se a selecção jogasse no sábado mesmo assim não era admissível. De uma maneira queremos ajudar a selecção mas de outra só prejudicamos, porque um jogador que jogou na segunda-feira não vai recuperar até quinta-feira.
Se bem me recordo, a seguir a um jogo de segunda-feira, terça-feira faz-se recuperação, na quarta é o dia em que o jogador está mais cansado, portanto só na quinta-feira é que o jogador vai trabalhar para fazer um jogo na sexta-feira."


Resposta: porque valores mais altos se levantam, do que os interesses da nação... Então agora iam jogar no Domingo, sem possibilidade de transmissão televisiva? Então e os lucros da Sportotv? Qualquer dia a selecção é mais importante do que os bolsos de meia dúzia de chulos, não?! E iam obrigá-los a jogar com menos 24h de descanso que o Benfica? Yeah, right... Daqui por 10 anos ainda haveriam de falar nesse escandaloso favorecimento... Vê-se logo que o Pauleta nunca jogou em Portugal...

06 outubro 2010

Os dementes

"Há um penalty claro, que teria dado o 2-0, e que deixaram passar. Tal como sucedeu com o V. Guimarães-Benfica, deviam analisar cuidadosamente as imagens deste jogo."

Vistas e revistas as imagens, todos viram o grande otário que é AVB... já que a única mão que existe no lance é do jogador do fcp...

Depois vem fazer um mea culpa (pudera, dado o tamanho do tiro no pé), embora continue a apontar pretensos erros que o prejudicaram, "esquecendo" a falta de Fucile na sua grande área:
"Para além disto, houve dois foras-de-jogo mal assinalados, sendo que um dos quais deixava o Falcao isolado frente ao guarda-redes"

Embora concorde que o lance do Falcão é mal ajuizado, não deixa de ser verdade que, naquela mesma baliza, o Cardozo, também com um fora de jogo mal tirado, viu amarelo depois de introduzir a bola na baliza, algo que desta vez não aconteceu, já que o guarda-redes vimaranense defendeu o remate do avançado do fcp...

Mas a desonestidade continua:
"A expulsão é ridícula"

Correcção: ridículo foi o pinote que AVB deu, quando o Xistra se limitou a aplicar a lei. E nem isso, já que o lance é merecedor de vermelho directo, e não de um amarelo, como sucedeu. Mais: ridículo é o facto de Fucile só ter sido expulso à terceira... depois de ter visto o primeiro cartão, faz uma simulação escabrosa, ainda na primeira parte; comete penalty, não assinalado; é finalmente expulso quando limpa os pitons no calcanhar do adversário...

A demência continua com as declarações do presidente da agremiação corrupta (conhecido por gerente da caixa), embora aqui deva ser dado um desconto pela senilidade agravada pela elevada ingestão de viagra:
"Exigimos explicações ao Vítor Pereira"

Eu também acho. Isto de serem beneficiados mesmo quando não se ganha tem que acabar... Onde já se viu um árbitro aplicar meia dúzia de regras do International Board num jogo em que participe o fcp? Está tudo grosso ou quê? Qualquer dia temos árbitros a marcar penaltys contra o fcp, querem ver?!

Depois zurrou qualquer coisa sobre os fiscais de linha... que tinham sido os mesmos do jogo com o Paços da época passada e que já os tinham prejudicado. Como ele não especificou em qual dos jogos foi, pesquisei sobre os dois, na Mata Real e no estádio do metro do Porto, mas nenhum deles esteve em qualquer destes jogos... A idade não perdoa...

Não sei se ao Xistra foi "servido o jantar", mas julgo que este já não vai ter direito a homenagem...

A coragem de um rato



Continuam a discutir a validade ou invalidade das escutas, porque o conteúdo é muito incómodo e impossível de branquear... Ainda que seja uma ilegalidade a divulgação das escutas, não deixa de ser irónico que acabe por ser uma ilegalidade a pôr a nú as ilegalidades cometidas anos a fio pela agremiação corrupta.

Quando confrontados com os factos, através da voz dos próprios intervenientes, fica difícil qualquer tipo de defesa, sendo que a única opção para esta gente nojenta é mesmo fugir ao debate. Mais ridícula que a fuga em directo, só mesmo a argumentação sobre a inquisição e a Pide. Não será inquisição não permitir que se discuta algo que, correcta ou incorrectamente, é agora do conhecimento da opinião pública? Não será isto uma atitude Pidesca?

Esta corja corrupta pode ter conseguido comprar a justiça com bilhetes para o Manchester ou estatuetas em ouro, mas não conseguirá nunca apagar da memória da opinião pública (e da internet) o conteúdo destas e outras escutas, que no fundo deveria ser o único motivo de interesse e debate, e que nunca foi desmentido ou rebatido. Porque será?...

A questão que eu coloco e que as pessoas devem colocar é a seguinte: o que vos enoja mais, a divulgação das escutas, ou o conteúdo das mesmas?

O Natal em Outubro

Não houve pinheiros em Agosto, mas parece que este ano o Natal chegou em Outubro para os lados de Alvalade... É claro que ainda podem salvar meia época quando receberem o Maior na segunda volta... mas até agora não está a correr nada bem.

O Benfica faz o pior arranque de sempre? Eles fazem ainda pior... O Benfica ganha apenas 3 pontos em quatro jornadas? Eles ganham apenas 9 em sete... O Roberto dá um frango? O Rui vai a correr imitar e abre a capoeira jogo sim, jogo sim... Mais uma vez se confirma a Lei do Piorio sportinguista!

Até já arranjaram um novo Mantorras, o Izmailov, que muito provavelmente nunca mais envergará o pano das tendas da Figueira, pela sua condição física e pelas recentes declarações proferidas a um jornal russo. Diz ele que o regulamento interno é digno de uma ditadura e que não dispensa as calças de ganga...

Regulamento que introduz um código de indumentária, digno de um clube cheio de classe, que "sabe estar", na linha de proeminentes figuras como Dias Ferreira, que todos vimos a palitar os dentes em directo na televisão, com muita classe, claro. Esse novo código já está até presente no equipamento desta época, com o inovador cinto.

Como sempre, na merda mas com muito estilo...

03 outubro 2010

Cronica do RAP

«A Bola tem três cronistas portistas — o Francisco José Viegas, o Rui Moreira e eu próprio. E, fora os da casa, tem três benfiquistas: o RAP, o Sílvio Cervan e a Leonor Pinhão. Nós, os três portistas, todos aqui escrevemos que (apesar do túnel da verdade, de quase metade dos jogos terminados com superioridade numérica e tudo o resto), o campeonato do ano passado ganho pelo Benfica foi inteiramente justo, porque jogou o melhor futebol. (...) Mas alguém já viu algum dos cronistas benfiquistas reconhecer mérito (...) a uma vitória do FC Porto (...)? »
Miguel Sousa Tavares, 28 de Setembro de 2010

«Durante muito tempo, achei (…) que, com túnel ou sem túnel, o Benfica merecia ganhar este campeonato, porque era a equipa que melhor jogava (...). Mas a verdade é que um campeonato não são 15, nem 20, nem 25 jornadas: são 30 e o saldo final deve-se fazer às 30. E, no último terço do campeonato, desapareceu aquele Benfica que jogava mais e melhor»
Miguel Sousa Tavares, 11 de Maio de 2010

«O Fernando Guerra pode, pois, tomar nota desde já: dificilmente os portistas e os bracarenses irão reconhecer o mérito de um campeonato ganho pelo Benfica nestas circunstancias»
Miguel Sousa Tavares, 16 de Fevereiro de 2010

Não tenho outro remédio senão admitir que Miguel Sousa Tavares tem sempre razão. Ter sempre razão não é fácil, e MST consegue-o da maneira mais trabalhosa. MST não tem sempre razão por conseguir exprimir constantemente a opinião mais correcta, mas sim por exprimir uma grande variedade de opiniões sobre o mesmo assunto. Nisto das convicções, MST joga com múltiplas. Acerca do último campeonato, às segundas, quartas e sextas reconhece o mérito do Benfica; às terças, quintas e sábados assegura que o Benfica não teve mérito nenhum. Aos domingos, provavelmente, descansa a espinha dorsal, que deve chegar dorida ao fim-de-semana. No entanto, mais notável do que a capacidade para estar sempre certo é o talento para manter a mesma superioridade moral quando diz uma coisa e o seu rigoroso inverso. É muito raro uma trampolinice ser eticamente irrepreensível, mas para MST não há impossíveis. Nos dias em que garante que os portistas são os únicos que reconhecem o mérito dos adversários, MST tem a superioridade moral dos que aceitam a derrota com desportivismo; nos dias em que exige que fique registado que os portistas nunca reconhecerão o mérito dos adversários, tem a superioridade moral dos que não pactuam com fraudes. Quanto a mim, é evidente que não possuo arcaboiço para competir neste campeonato de moralidade com MST — quer com o que tem a nobreza de reconhecer méritos, quer com o que tem a dignidade de não reconhecer méritos nenhuns. Só posso prometer que, se o presidente do Benfica for apanhado em escutas a indicar o caminho para sua casa a um árbitro nas vésperas de um jogo, a Leonor Pinhão, o Sílvio Cervan e eu viremos aqui escrever que esse tipo de conduta nos envergonha. E daremos razão a todos os adversários que não reconhecerem mérito a títulos conquistados à custa desse modelo de dirigismo desportivo. É pouco, mas é o que tenho para oferecer.

«Realmente. Luis Filipe Vieira e Ricardo Araújo Pereira têm razão: o Hulk é uma banalidade. Deve ser por isso que tão empenhadamente manobraram para o tirar de jogo»
Miguel Sousa Tavares, 28 de Setembro de 2010

Como se não fizesse já demasiado, MST ainda tem a simpatia de ser meu arquivista. E dos mais competentes: tanto colecciona o que vou dizendo, como também arquiva o que nunca disse. Na verdade, eu nunca disse que o Givanildo era banal. Posso ter tido o atrevimento de pensar, como o seleccionador do Brasil, que não é inigualável. Talvez tenha a insolência de acreditar como, aparentemente, a generalidade do mercado —, que não vale 100 milhões de euros. Mas, no que diz respeito a críticas, nunca fui tão violento como o vigilante Rui Moreira, que ainda há um ano escrevia: «Hulk (...) não sabe jogar de costas para a área (...). Além disso, parece ter entendido mal os recados do treinador e o mais que dele se viu foi que se entreteve a adornar as jogadas, a tentar “quaresmices” e a simular faltas.» Nunca fui tão acintoso como o mesmo Rui Moreira, que dois meses depois acrescentou: «Gostei de ver Hulk sentado no banco. (...) talvez lhe devessem ter explicado que fora preterido por causa dos seus tiques e individualismo, das suas inócuas simulações. Talvez assim tivesse optado por uma outra atitude, logo que surgisse a oportunidade de jogar. Em vez disso, e como tem sido costume, Hulk foi de pequena utilidade quando entrou.» E nunca disse que, na época passada, as prestações do Givanildo estavam «a léguas do desempenho do ano anterior», como escreveu aqui MST escassos 40 dias antes de o jogador, talvez por causa do fraco desempenho futebolístico, ter resolvido dedicar-se ao pugilismo.

Por outro lado, sou dolorosamente forçado a reconhecer que MST me desmascarou quando revela que, em conluio com o presidente do Benfica, eu «manobrei empenhadamente para tirar o Givanildo de jogo». Normalmente, as teorias da conspiração consistem em palermices mais ou menos lunáticas, sem qualquer sustentação em provas. Não é o caso desta. A pujança da minha influência no futebol português é bem conhecida. As conversas conspiratórias que mantenho com Luís Filipe Vieira estão amplamente documentadas no You-Tube. MST e Rui Moreira ainda tentaram enganar-me, escrevendo várias vezes que o rendimento do Givanildo era pobre, para que eu fosse levado a pensar que o jogador não era assim tão fundamental na manobra da equipa do Porto, na época transacta. Mas a mim ninguém passa a perna, e foi precisamente o Givanildo que eu escolhi para tirar de jogo através das minhas maquinações. Confesso: o castigo do Givanildo foi ideia minha. Por absoluta falta de espaço, deixo para a semana a confissão do meu envolvimento na morte do Kennedy.

Ricardo Araújo Pereira, 2 de Outubro de 2010 in jornal A Bola

02 outubro 2010

O padre da freguesia das Antas














Eles dizem que nos vivemos da historia...

...pois esta e' a historia deles...