Encerrada definitivamente a silly season com o pontapé de saída, ontem à noite, do campeonato da I Liga Portuguesa, é altura de fazer um pequeno balanço do que foi este período do ano sempre pródigo em cenouras e "carvalhos", e do que será a nova época, seguramente recheada de café com leite e fruta, servida ora em almoços na Assembleia da República, ora em ambientes mais recatados, mas não menos sinistros, como um conhecido gabinete de aconselhamento familiar em Palermo do Douro...
1- As contratações (e as vendas)
O Benfica fez mais uma vez uma aposta forte, mas ao contrário de outros anos, uma aposta cirúrgica, emanada da liderança de Rui Costa. Contratações estratégicas, em coordenação com a equipa técnica, para lugares específicos em que tinhamos mais debilidades, num misto de jogadores jovens com grande margem de progressão e jogadores mais experientes da confiança de Jorge Jesus, todos com o respectivo certificado internacional. O sporting manteve a mesma base do ano passado e contratou apenas um reserva do Villareal e outro do City. Não deixa de ser irónico que a "contratação" mais cara seja o Twitter, que seguramente irá receber de ordenado mais que a maioria dos jogadores do plantel. Por falar em ironia, os andrades acabaram por vender os seus melhores activos para clubes franceses. Todos se lembram das críticas à nossa direção quando o Simão rumou ao Atlético de Madrid, por estarmos a vender o nosso melhor jogador a um clube de média dimensão europeia. Neste caso, como foi um acto da " melhor organização portuguesa", no pasa nada para os midia... é como a história do "40 milhões e nem menos um cêntimo"... Sobre contratações, e pelo que se constata pela pré-época, os andrades pensaram que andavam a roubar craques ao Benfica e acabaram por ficar com as sobras...
2- Os árbitros e o sistema
A pré-época, em particular os jogos disputados em Portugal, recordaram-nos que é sempre mais difícil ganhar a um Olhanense do que ao Ajax ou ao Milão. Não nos basta sermos melhores. Arriscaria dizer que não nos basta sermos muito melhores. Na semana passada estive a recordar na RTP Memória o Benfica-corruptus, da finalíssima da supertaça em Coimbra, aquele jogo do saudoso sprint de costas do cobarde josé pratas (assim mesmo, em minúsculo, como a personagem). O asco que aquilo me meteu... E alertou-me: se uma equipa onde pontificavam, entre outros, bandeirinhas, joão pintos, andré, jaime magalhães, jorge couto e o actual treinador do braga, conseguiu ser campeã, batendo um Benfica com Veloso, Hélder, Rui Costa, Isaías, Vítor Paneira, Rui Águas... O Apito Dourado não deu ou não vai dar em nada e a teia que atingiu o zénite em meados de 90, vai continuar a minar o nosso campeonato e as nossas ambições. A teia que combinou pontuações e promoveu árbitros despudoradamente continua activa e mais sedenta de vingança que nunca. Os árbitros que mamaram nas muitas tetas do sistema, continuam a pagar favorzinhos em troca de conselhos em forma de envelope. E os jornalistas, se os há, à muito que mandaram às urtigas o código deontológico e actuam cada vez mais desavergonhadamente no pantâno que é o nosso futebol. De aplaudir a posição de força por parte do Benfica, ao impedir parte dessa gente de entrar na nossa casa!
3- Seremos campeões?
É a resposta que todos procuramos. Embora sabendo que o caminho é longo e se encontre repleto de farsas e embuscadas, nao me recordo de uma pré-época ser tão bem preparada e com resultados tão satisfatórios nos últimos 20 anos. Não me recordo de um plantel tão rico, tão jovem e promissor como este nos últimos 20 anos. Não me recordo de ter no Benfica figuras tão carismáticas como Rui Costa e Lisboa a liderar. Não me recordo de ver o Benfica com um futebol tão constante, agradável e finalizador. Temos estádio, pavilhões, centro de estágio de top. Somos a maior marca portuguesa e o maior clube do mundo. Somos motivo de ódio que é inveja dos outros, quando olham de baixo, assombrados pela nossa grandeza. Somos muitos milhões e uma só alma. Somos a força, que tem que estar presente a cada momento. Euforia? Eu vivo para viver nessa euforia. Que a euforia continue até Maio e se prolongue por muitos e bons anos. Só precisamos de acreditar. Como diria o nosso herói de 60, deixem-me sonhar...
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