28 setembro 2010

Ventos de mudança

Muitas foram as alegrias que o Benfica nos deu no último fim-de-semana (vitórias do Andebol, no sempre difícil reduto do ABC de Braga; vitória no futsal, em Vizela; vitória na supertaça de Hóquei, em Coimbra; vitória no futebol, na Madeira), todas longe do ninho da águia, todas conseguidas com o apoio dos benfiquistas espalhados pelo país. Como dizia Bella Gutman, onde quer que o jogo seja, eles aí vão... Aproveitemos então os jogos das modalidades, que tantas conquistas têm alcançado, para ver as camisolas berrantes, já que esta deve ser uma época de justificadíssima greve nos jogos fora do futebol...

Destaco as vitórias no futebol e no hóquei, pelo significado que poderão ter no futuro, no que resta da época. Na Madeira, fizemos talvez o melhor jogo até ao momento. Fomos superiores, fomos mandões, fomos nós. Tivemos e soubemos ter a bola (mesmo sem Aimar), criamos situações em quantidade suficiente para igualar o score da última visita aos Barreiros e soubemos sofrer, no fim, com o chuveirinho criado pelo apitador de serviço (vide falta assinalada ao MVP Coentrão). Sofrimento evitável, tivessemos sido mais esclarecidos na finalização, na primeira parte pelo Saviola e Gaitán, na segunda, pelo inevitável Cardozo. Por falar em Cardozo, não consigo deixar de imaginar quantos golos teria, à 6ª joranda, o ponta de lança do Benfica, face às situações criadas pela equipa, caso se chamasse Magnusson, Rui Águas, até mesmo Van Hoojidonk ou João Tomás. Mais, caso se chamasse Kardec, Nuno Gomes, até Makukula... Oito, dez? Talvez mais... Cardozo é capaz de pertencer à galeria dos primeiros, mas caso o momento de forma e zanga com os golos não passe, tem que ceder o lugar aos segundos...

Ainda assim, não faltou não um, mas dois penaltys do costume, descarados, sobre o Saviola e a placagem ao Peixoto (e que bem tem estado o Peixoto nos últimos jogos!). Os comentadores da sportotv ainda inventaram uma falta do Maxi (dos piores em campo), para tentar equilibrar a balança e houve um fora-de-jogo mal-assinalado ao Marítimo quando um avançado seguia em boa posição. Erro do fiscal, porque se esqueceu que esta época é para prejudicar sempre o Marítimo, menos nos jogos com o Benfica. Prioridades do sistema...

Ah, e Roberto começa a fazer as tais defesas impossíveis... eu bem disse que o equipamento branco lhe assentava melhor...

Neste momento, a questão que se coloca é se é este Benfica que vamos ter esta época, capaz de lutar contra tudo e contra todos, ou o Benfica (equipa, treinador e adeptos inclusive) amorfo, apático, de barriga cheia com o campeonato conquistado no último ano. E esta semana, com a difícil deslocação à Alemanha, onde nunca ganhamos, e principalmente a recepção aos aprendizes de corruptos, é o melhor exame para responder a esta questão. Seremos capazes de impor o nosso jogo também na Europa dos gigantes? Seremos capazes de gerir o esforço e o cansaço destas deslocações? Seremos capazes de vencer, pela primeira vez esta época, um dos candidatos ao título? Eu acredito que sim, mas eu também acredito sempre...

No Hóquei vencemos, finalmente, a equipa de 7 que amiúde nos defronta em campos inclinados para norte... Magnífica vitória. Porque defrontamos uma grande equipa. Porque conseguimos vencer os fantasmas do passado. Porque conseguimos resistir aos disparates dos mestres apitadores. Mestres, porque à beira destes, os apitadores do futebol são meninos de coro... Uma vitória à Benfica, contra um porto... à porto... Uma goleada das antigas (8-4), construída por uma exibição que espelha a qualidade individual dos nossos atletas. Adeptos benfiquistas em grande número nas bancadas. O mau perder habitual do adversário e a selvajaria recorrente quando no campo, neste caso no ringue, a nossa superioridade os esmaga. Agressões bárbaras, 3 expulsões, pressão inadmissível sobre os apitadores, enfim, o repertório repetido tantas e tantas vezes nas últimas décadas...

Com esta conquista aumentam ainda mais as expectativas, que já existiam, face à qualidade da equipa, sobre a época que está a começar. Com a equipa base da selecção nacional só podemos aspirar ao título nacional, que ora nos foge, ora nos é roubado há várias épocas. Saibamos então gerir tanta qualidade e superar as dificuldades que vão surgir, porque vão, umas por mérito dos adversários, outras não. O vento que sopra parece de feição e é tempo de voltar ao nosso passado glorioso do hóquei.

Assim, em ambas as modalidades, no futuro próximo há que confirmar os bons auspícios e com suor, classe e inteligência, cumprir o nosso destino, que é o de VENCER!!!

Um comentário:

jornal.gloriosasfera.com disse...

Este artigo foi considerado Artigo do Dia 28/09/10 no Jornal da Gloriosasfera.

Saudações Gloriosas
jornal.gloriosasfera.com